sexta-feira, 31 de julho de 2009

Um.

O ar agora está um pouco abafado, o bafo quente fundido em fumaça, o cheiro de whisky e suor de álcool ainda é forte, na mesa de centro o pouco que restou de uma pequena dose das outras vinte doses do drink.
Luz baixa envernizada refletida nos móveis de cor rústica, combinando com o assoalho da sala, no cinzeiro um cigarro ainda queimando, com uma marca de batom vermelho, seu perfume é tão doce que mesmo no cigarro posso senti-lo, sua pele tão macia e quente quanto a sensação de estar em uma nuvem de girassóis.
O silêncio é apenas quebrado pelo som da agulha batendo no final do disco que estava tocando na vitrola, a porta de vidro da sacada entre aberta com a cortina branca dançando pelo vento, lá fora tão escuro quanto o desconhecido, enigmático e surpreendente, assim como esse encontro no seu início, uma boa noite para fazer o que sentir vontade de fazer, sem tomar conhecimento do certo ou errado, sem tomar nota do bom ou ruim, sem medo de fazer o que bem entender e não precisar mais tarde deleitar o vazio e entediante, arrependimento.

2 comentários:

Felipe disse...

Bebidas,mulheres,cigarros,drogas,vicios...Tudo a sua disposição nesse admiravel mundo novo!Quero saber o final dessa trama que pelo cheiro da tinta nova no papel, será um conto que irá prender a atenção do começo ao fim.

GERRARD ETERNO

natty disse...

Vou confessar q entro aqui quase todos os dias a espera de um texto novo..